SEM ROTEIRO

SEM ROTEIRO

domingo, 13 de outubro de 2013

O que eu vi na CADET

Muita gente veio me perguntar como é aquele lugar que foi o cenário de mortes cruéis? O que eu senti, e se eu tive medo? Vou tentar descrever a sensação neste post.


Posso dizer que aquilo ali é uma previa do inferno. Muito quente, o cheiro não é nada agradável, um ambiente sufocante e insalubre. Logo quando entrei senti um clima pesado, nas paredes muitas frases, de todos os tipos, palavrões, pornografias, nome de facções, mas também poesias e versículos bíblicos, nas celas, muitos lençóis sujos, colchões velhos e um pequeno banheiro com um sanitário no chão imundo, a cama é de concreto, quem não tem colchão deve dormir com a sensação de estar no chão. Ah! E não posso esquecer-me de falar dos ratos, vi pelo menos uns 4 (dos grandes) uuuuui! Durante a reportagem eu estava com alguns presos, circulando entre eles, eram os do regime semi-aberto, considerados menos perigosos, eles estavam ajudando na reforma da casa de detenção, mas confesso que senti um pouco de medo, mentira! Muuuuuito medo, principalmente quando eu ouvia fiufiu, nossa, tremi mesmo, até sei quantos minutos fiquei lá dentro, 37 minutos, e certamente um dos mais tensos da minha vida. Quando saí respirei aliviada e pensei: como alguém consegue viver ali? Cheguei a uma conclusão: eles saem piores do que entraram, porque perdem sensibilidade, desaprendem a amar... E o próximo? O que é o próximo? Quando eles não sabem nem mesmo quem são.

por Ádria Rodrigues 


ASSISTA A REPORTAGEM:

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Show Novo Som

Show da Banda Novo Som no festival de verão da 92,3 pra quem ama o ministério dessa banda, aí vai uma seleção de fotos do show onde eles também comemoraram os 25 anos juntos.

Show Maravilhoso!!!



Musicas que fazem sucesso mesmo depois de 25 anos na estrada





















quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Doar esperança

A doação de órgãos envolve uma matemática interessante: um único doador é capaz de salvar ou melhorar a qualidade de vida de pelo menos 25 pessoas, mas a realidade, é que a média de transplantes fica muito abaixo do necessário.
A fila de espera por um transplante de órgãos em São Luís é enorme, por exemplo, para transplante de córnea, o numero ultrapassa 500 pacientes.
Nesta semana se comemora em todo o país a semana nacional de doação de órgão com o tema “doação de órgãos: levante esta bandeira” eu fui fazer uma reportagem sobre esse assunto, e o que eu pude constatar, é que o maranhão precisa avançar muito quanto a doação, o estado está entre os últimos, perde apenas para o Acre, Amapá e Roraima.
veja a reportagem:

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Um dia no parque e uma lição.


 
Essa semana fiz uma matéria dessas que quando termina fico refletindo e me inspirando a ser uma pessoa melhor, acompanhei cerca de 30 crianças e jovens portadoras de necessidades especiais, eles visitaram um parque de diversões, o passeio faz parte da programação realizada pelo centro dialético dos pais e amigos dos especiais (CDPAE).
Uma das fundadoras do CDPAE, Liane Souza, contou que a iniciativa ajuda as crianças a se sentirem parte do mundo. “elas são pessoas que também querem se divertir, mas as famílias acabam privando-as pelo fato de não haver acessibilidade, uma atividade como esta leva tanto a família quanto aos próprios portadores de deficiência entender que o mundo também é delas”.
Priscila me chamou atenção pelo carinho e simpatia, pediu pra tirar foto comigo, falou também que o sonho dela era ser jornalista, me disse que não tem medo de nada, por isso ama atividades radicais, a jovem de 15 anos não esconde a alegria, ela portadora de autismo, mas não deixa isso intimida-la. Ela sem saber me deu uma lição de vida e de coragem.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vinil de novo !

 AGORA VAMOS FALAR DE MÚSICA!!!


QUEM NÃO GOSTA DE OUVIR UMA BOA MÚSICA, COM QUALIDADE PERFEITA??? POIS AQUI EM SÃO LUÍS, UM PROJETO DO PESQUISADOR MUSICAL E DJ POR PROFISSÃO, FRANKLIN SANTOS, ESTÁ TIRANDO A POEIRA DOS CLÁSSICOS VINIS. ESTE TIPO DE MÍDIA FICOU ESQUECIDA POR MUITO TEMPO.... MAS NUNCA DEIXOU DE EXISTIR E AGORA CAIU NO GOSTO DO PÚBLICO, E ESTÁ NAS PISTAS DAS  MELHORES CASAS DE FESTAS. 



 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

VIVENDO O JORNALISMO
O momento não sai da minha cabeça, nunca passei por uma situação como esta, ser agredida e coagida por um grupo de manifestantes em pleno exercício do meu trabalho era algo que eu não esperava. Foi a primeira vez que entrei em uma ambulância, e coloquei uma mascara de oxigênio, a dor dos arranhões no meu braço nem se comparavam com o tamanho do medo naquela hora. Eu só conseguia pensar em sair dali.  Sábado 22 de junho de 2013 ,não vou esquecer, saindo para fazer mais uma cobertura das manifestações que acontecem no maranhão, eu e meu repórter cinematográfico Marcos Jacob  fizemos o registro do inicio do protesto na ponte do São Francisco onde entrevistei varias pessoas, o movimento até então parecia pacífico, mas após um desentendimento entre algumas pessoas e outras que estavam em um carro de som, a manifestação se dividiu, indo um grupo para a praça dom Pedro II, e outro permanecendo no local. O trabalho do repórter é ir atrás da noticia, quando recebo uma ligação de uma “fonte” me informando que na praça o movimento estava em clima de violência, quando cheguei ao local, o que constatei foi um cenário bem diferente do que eu havia visto na ponte, fogo, bombas, pessoas encapuzadas que não estavam ali para protestar, um grande numero de policiais. Parecia está cobrindo uma guerra e não um manifesto democrático. 
Quando um grupo tentou invadir a área de proteção a policia jogou um jato de água para afastar a multidão enfurecida, já era noite quando estas coisas começaram a acontecer. No jornalismo televisivo, o repórter deve capturar as sensações e emoções do momento, e tentar passar para o telespectador, podemos fazer isso em “passagem” (É o momento que o repórter aparece na matéria), era o que eu estava fazendo narrando o exato momento em que bombas de efeito moral estavam sendo lançadas, quando uma caiu bem perto de nos, meu nariz meus olhos começaram a arder, minha garganta parecia fechar, não vi mais meu cinegrafista, em um momento de desespero humano eu disse para um grupo “vao embora ou isso vai terminar de forma trágica.. me deixem passar.. me deixem passar” quando eles começaram a me agredir verbalmente, eu disse que precisava passar para o lado isolado, quando um deles me segurou pelo braço e disse que se eu passasse todos iriam passar, uma pessoa que eu nao vi quem era passou a mao no meu rosto, parecia pimenta com cerveja,  outra me arranhou, por conta do tumulto onde eu estava, fiquei com medo de que lançassem mais alguma bomba ali, levantei meu microfone e pedi socorro para os policiais militares, que me tiraram carregada, fui para  carro da SAMU, onde lavei os olhos e as mãos que estavam ardendo bastante. Liguei para o meu cinegrafista, ele me disse que foi atingindo com pedradas mas que estava bem, quando eu fiquei melhor, agradeci ao policial militar que me socorreu, e voltei para terminar minha reportagem, como se nada tivesse acontecido, porque infelizmente esse tipo de situação faz parte dessa profissão que eu escolhi para seguir.