O sonho nasceu há muito tempo, no colégio ainda, meu primeiro jornal eu
fiz na 4ª série lembro-me como se fosse hoje “rede de noticias” um trabalho da
professora de português Denise. Daí comecei admirar a profissão.
Na 6 série voltei a fazer um jornal, me empolguei muito com a atividade
da professora Flávia, o trabalho foi elogiado e teve destaque em uma “feira de
linguagem” no colégio em que eu estudava, a matéria era sobre a inclusão de
pessoas deficientes na escola, mas eu ainda não havida decidido pela profissão.
No terceiro ano do ensino médio, fizemos um jornal para a disciplina de
literatura onde estudamos os gêneros jornalísticos, a ideia de montar um jornal
me animou demais, o tema da minha matéria foi polêmico! Enquanto todo mundo
falou sobre assuntos externos.. transito.. engarrafamento.. eu quis falar de
algo próximo a nós, a situação dos bebedouros da escola, peguei depoimentos de
alunos, fiz um contextualização dos riscos em bebermos água não filtrada, enfim
DEU O QUE FALAR! Principalmente porque fiz várias cópias da matéria e distribuí
pelo colégio. Dois dias depois da “publicação” o diretor da escola me chamou na
sala dele e me deu um sermão, disse que e não poderia denegrir a imagem da
escola daquela forma, e que eu iria causar uma revolta nos pais dos estudantes
se o material chegasse às mãos deles, o diretor exigiu que eu não fizesse mais
uma publicação como esta, pela primeira vez me senti censurada, acho que foi aí
que o bichinho do jornalismo me picou, senti que o assunto incomodou e que com
a matéria eu poderia fazer diferença, então virei para o diretor e perguntei:
Mas o que o Senhor vai fazer em relação a isso? o Senhor não acha que nossa
saúde está em risco? Por favor dê uma resposta a esses alunos. E a resposta
veio. Ele iniciou a manutenção dos bebedouros, e eu como boa aprendiz de
jornalista, dei o direito de resposta no outro dia.